Cidade tem três parques, mas, ainda pouco usados.

Falta de estrutura e de segurança afasta moradores de áreas tão importantes. O Ezechias Heringer estava parcialmente ocupado por chacareiros. O Parque Dener sofre com o consumo de drogas. E o dos Eucaliptos está abandonado

Guará é a região mais privilegiada pela natureza no DF, com três áreas de preservação. Mas, esse privilégio ainda é pouco usufruído pelos moradores da cidade, por falta de estrutura e de segurança e até por falta de informações sobre o que eles oferecem. Dos três parques, o que oferece melhor estrutura é o Ezechias Heringer, também conhecido como Parque do Guará, mesmo assim parcialmente e numa área restrita, porque cerca de 70% de seu território até há pouco tempo era ocupado por chacareiros e depois da desocupação não foi ainda recuperado ou limpo. O menor deles, o Parque Dener, entre o Polo de Moda e o condomínio Bernardo Sayão, que dispõe de uma razoável estrutura, implantada com a boa vontade dos próprios usuários e algumas ações da Administração do Guará, sofre com a insegurança provocada pelo consumo e tráfico de drogas. O terceiro, o dos Eucaliptos está completamente abandonado e somente agora começa a ser recuperado por movimentos em defesa da natureza.
Embora pequena, a estrutura oferecida pelo Parque do Guará pode ser considerada boa e aos poucos está sendo usufruída pelos moradores, que estão aumentando o hábito de jogar na quadra de esportes, levar os filhos para brincar no parque infantil ou correr na pista de caminhada, implantadas através de parcerias com a iniciativa privada. Dinheiro público praticamente nada foi investido lá ainda. Pelo menos o parque se livrou definitivamente dos cerca de 70 chacareiros que estavam lá há mais de 30 anos e que foram corajosamente desalojados no governo Rodrigo Rollemberg depois de tolerados por governos anteriores. Mas ainda falta o cercamento definitivo, de acordo com a nova poligonal, que aumentou a área do parque de 304 para 346 hectares como compensação pela liberação da Área 28-A, ao lado do ParkShopping, para que o governo pudesse vendê-la à iniciativa privada. A nova área do parque incorpora uma zona de amortecimento do impacto ambiental da cidade, próxima ao Cave, atrás do 4º Batalhão de Polícia Militar, e ao longo da via de acesso à QE 46.

Parque Denner sofre com a falta de segurança

Com apenas 2,7 hectares, o parque foi criado para preservar uma nascente e um lago remanescentes da implantação do Polo de Moda e do condomínio Bernardo Sayão, oferece boas opções para uso, mas o aumento do tráfico e do consumo de drogas dentro de sua área afasta os frequentadores. Embora pequeno, o parque oferece uma razoável estrutura, composta por uma pista de caminhada, equipamentos de ginástica e uma quadra de esportes.

Bosque dos Eucaliptos só existe no papel

Uma área de 30 hectares que deveria ter sido transformada num parque vivencial e ecológico para atender a uma população de cerca de 20 mil habitantes, está completamente abandonada e serve apenas como depósito de lixo e entulho, consumo de drogas e esconderijo de marginais. O que era para beneficiar os moradores das QEs 38, 42, 44, 46 e as futuras QEs 48 a 52 (Cidade do Servidor), acabou se transformando num transtorno para os vizinhos, por causa dos riscos de contaminação e de insegurança.
O Parque dos Eucaliptos, depois rebatizado com o nome de Parque JK, foi criado em 2007 pelo Governo Arruda para preservar nascentes, vegetação do cerrado e, principalmente, servir de alternativas de lazer para os moradores das quadras mais novas do Guará. As únicas obras realizadas pelo governo foram o cercamento, a instalação de um parquinho infantil e de uma guarita, todos destruídos por vândalos ou por falta de manutenção.
A entrada do parque reflete a situação de abandono da área. A guarita foi toda pichada, os vidros quebrados, a porta arrombada e o banheiro depredado. Os moradores reclamam da falta de segurança e dos riscos à saúde. E não é por falta de reclamação que a área está abandonada. “O parque virou ponto de distribuição e consumo de drogas, sem contar os riscos à saúde por causa da água parada e do lixo”, critica o líder comunitário da QE 46, Laurindo Gomes de Mesquita. “Além do mal cheiro, o lixo atrai ratos e outros animais, colocando em risco a nossa saúde”, reclama a moradora da QE 44, Gisele Freitas.
Parte do alambrado que cercava o parque foi furtada há vários anos e ainda não foi reposta. As únicas ações para recuperação da área têm sido feitas por voluntários, como essas do projeto Tempo de Plantar.

Fonte: Jornal do Guará