CIDADE TEM NOVOS DELEGADOS

Saída de Gerson de Salles e Ataliba Neto pegou lideranças e comunidade de surpresa. Novos delegados Anderson Espíndola e Johnson Kennedy já chefiaram a 4ª DP

Embora o rodízio nas delegacias de Polícia Civil sejam rotina, a substituição dos delegados Gerson de Salles e Ataliba Neto pegou lideranças e a comunidade de surpresa, não somente pelo pouco prazo que ficaram no Guará, mas também pela avaliação da atuação deles no período. Nos quatro meses em que comandaram a 4ª Delegacia de Polícia, Gerson e Ataliba conseguiram interagir com a comunidade como poucas equipes tinham conseguido anteriormente. Pela forma transparente de informar o que estavam fazendo, eles conseguiram o apoio da comunidade para desvendar vários crimes através de denúncias anônimas.

Se a saída dos dois foi lamentada, o anúncio dos substitutos compensou a frustração das lideranças comunitárias e dos moradores. Os novos titulares já chefiaram a 4ª DP em períodos diferentes: Anderson Espíndola em 2011 e o adjunto Johnson Kennedy em 2017 a 2019.

Depois de ficar apenas quatro meses no Guará, Gerson de Salses e João de Ataliba Neto foram transferidos para a 18ª Delegacia de Brazlândia; Anderson Espíndola era Corregedor da Polícia Civil até segunda-feira, quando foi exonerado e convidado pelo diretor da Polícia Civil, Robson Cândido da Silva, a retornar ao Guará. Parceiros desde 2002, quando começaram a fazer dobradinha nas delegacias do DF, Anderson convidou Johnson Kennedy, que havia deixado o coordenação do Sistema Prisional do DF para ajudá-lo na nova missão.

 

Retorno ao Guará

Anderson Espíndola, 49 anos, nascido em Brasília, retorna à 4ª DP nove anos depois da primeira passagem. Na época, Johnson também foi seu adjunto, mas os dois seguiram caminhos diferentes na Polícia Civil a partir daqui. Depois de deixar a delegacia guaraense, Anderson foi comandar a 1ª DP da Asa Sul no Governo Agnelo. De lá, foi para a coordenação da Polícia Metropolitana (que coordena as delegacias da Asa Sul, Asa Norte, Sudoeste, Cruzeiro, Guará e Núcleo Bandeirante) e em seguida a coordenação da Regional Sul (Riacho Fundo, Gama, Recanto das Emas e Santa Maria). No governo Rollemberg, foi diretor-geral-adjunto da Polícia Civil, depois subsecretário do Sistema Prisional e subsecretário de Inteligência. Desde o início do governo Ibaneis era o corregedor da Polícia Civil.

Depois que deixou a 4ª DP em 2011, Johnson Kennedy foi titular por dois anos da 13ª DP de Ceilândia, considerada a de maior demanda do DF,  depois diretor da Delegacia de Repressão a Furto de Veículos (DRFV) por cinco anos, daí para a Delegacia de Repressão a Roubos Furtos, de onde foi transferido para o Sistema Penitenciário, onde atuou por cinco anos, até assumir a chefia da 4ª DP em 2017. Em 2019, depois de ter sido substituído pelo delegado João Maciel, assumiu o comando da Penitenciária 2 e depois a coordenação do Sistema Prisional até ser convidado pelo seu amigo Anderson Espíndola para retornar à 4ª DP, desta vez como delegado-adjunto.

 

 

 

“A comunidade do Guará é a mais participativa das que trabalhei” – delegado Anderson Espíndola

 

Como aconteceu a oportunidade de voltar a assumir a 4ª DP?

Na segunda-feira, 14 de setembro, a direção da Polícia Civil resolveu fazer mudança na Corregedoria da Polícia Civil e fui exonerado. Estava sendo nomeado para chefiar a 18ª Delegacia de Brazlândia. Na terça-feira, 15, conversando pessoal com o diretor da Polícia Civil, Robson Cândido, ele me ofereceu a oportunidade de voltar para a 4ª DP, no que aceitei imediatamente porque tinha sido um dos melhores lugares onde trabalhei nos meus 25 anos da Polícia Civil.

 

Por que o sr. gostou tanto de ter trabalhado no Guará?

– Porque foi a comunidade mais participativa com que trabalhei. Já fui titular de delegacias do Plano Piloto, de Santa Maria e de outras especializadas, mas em nenhuma delas houve tanta participação da comunidade como aqui em 2011. O morador do Guará cobra, mas também sabe colaborar, o que é muito bom pra nós, porque nos ajuda a mensurar o que estamos fazendo. Também tivemos uma excelente interação com os órgãos de segurança da cidade, especialmente com o comando do 4º Batalhão da Polícia Militar, com a Administração Regional e com o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), com quem quero retomar a parceria.

Pelo que o sr. está recebendo, as demandas da cidade são as mesmas ou mudaram?

São praticamente as mesmas. Quase toda a criminalidade do Guará gira em torno do tráfico de drogas – os latrocínios, os roubos e furtos, as brigas. O mapa da criminalidade é também quase o mesmo. A única diferença é que não existe mais o Pontão do Cave, que era o local que mais desmandava nossa atuação na época.

Os delegados Gerson de Salles e Ataliba Neto ficaram conhecidos pela transparência das suas ações e a interação com a comunidade. Como é seu estilo?

Quem se lembra do período que passei por aqui, sabe que também sou assim. Quero me interagir da mesma maneira com a imprensa e com os moradores. Vamos continuar divulgando todas as ações da delegacia e solicitando a ajuda da comunidade através de denúncias para o 197 da Polícia Civil ou para os canais da própria 4ª DP e, muito importante, pelos grupos de WhatsApp, principalmente através do grupo “Guará” pelos seus objetivos de debater somente assuntos da cidade.

Fonte: Jornal do Guará